Quando a série “The Walking Dead” saiu com sua primeira temporada de teste, muito já se falava sobre a saturação das histórias de zumbi. Não eram poucos os jogos e filmes com essa temática, e eles estavam fazendo com que todos os consumidores desse tipo de história não aguentassem mais. O estranho é que depois de mais de meia década, os zumbis estão aí, firmes e fortes, dominando o horário nobre das grandes redes de televisão americana. Mas por que as pessoas ainda toleram ver tanta coisa de mortos-vivos? É o que vamos tentar entender nesse artigo.
Reformulação com gênero
Lá em 2010, quando a primeira temporada de “The Walking Dead” saiu, as histórias de zumbis eram caracterizadas de outra forma. O foco era nas criaturas e os sobreviventes não passavam de um amontoado de clichês, servindo apenas para o espectador ver o quanto toda aquela situação de apocalipse era devastadora. Isso acontecia porque foi um gênero que nasceu no cinema, com os filmes do Romero e geralmente contava com vários personagens, sendo muito difícil desenvolver todos de forma complexa em duas horas de filme. As reformulações que tinham acontecido antes apenas atualizaram o conceito para as novas gerações, como o remake de “Madrugada dos mortos”, no qual os zumbis corriam e a ação era bem mais frenética.
Quem imaginaria que a chave da sobrevivência das histórias de zumbis seria tirar o foco das criaturas e colocar nas pessoas? Poucas pessoas pensavam assim, tanto que quando Robert Kirkman quando lançou a história em quadrinhos de “The Walking Dead” muita gente o perguntava como ele alongaria o enredo para caber em mais do que poucas edições.
Apesar de muita gente torcer o nariz para “The Walking Dead”, chamando ela de “novela com zumbis”, é inegável a popularidade da série e o legado que ela deixou para outras mudando o gênero, assim como já aconteceu com o faroeste quando vieram os filmes italianos, os chamados westerns spaghetti, que retratavam tudo de uma forma diferenciada, renovando o que ninguém aguentava mais.
Público alvo
Essas novas histórias de zumbis estão apelando para todos os públicos. Apesar de terem bastante violência e corpos mutilados, o público tolera isso porque o foco não é mais o terror, mas sim pessoas comuns tendo que lidar com situações extremas e aflorando a sua verdadeira personalidade. Outras obras mostram até zumbis conscientes como Izombie, que conta a história de uma garota zumbi que trabalha em um necrotério, e “In the Flesh”, que se passa depois do apocalipse quando inventaram uma cura para os zumbis.
Zumbis são legais
Zumbis não são uma coisa que logo você vai ter vergonha de ter gostado daquilo algum dia. Assim como os faroestes, as histórias de zumbis, quando sumirem da grande mídia, ainda irão aparecer esporadicamente em algum lugar, pois o conceito nunca vai deixar de ser interessante, embora possa ficar saturado.
Conclusão
Os mortos vivos não vão sumir nem tão cedo agora que conquistaram o grande público, mas está caminhando para o desgaste rapidamente. Se não aparecer uma nova ideia para reformular o gênero, pode ser que ele não dure muito, porém, ainda não há prazo para essa “modinha” acabar.