Eu não sei nem como começar a descrever para vocês a maravilha que é essa trilogia. Eu levei muito tempo para começar a ler – principalmente devido ao fato de o preço não ser minha parte favorita da coisa toda – mas quando eu comecei, não houve o que me fizesse parar.
Legend… O que dizer de Legend? A trilogia é uma distopia que se passa em um Estados Unidos futurista caindo aos pedaços, dividido em duas partes inimigas – República e Colônias – onde crianças já são treinadas para serem soldados e também crianças já podem ser consideradas criminosos de alto nível e um risco para a segurança nacional.
Day, um dos protagonistas, é um desses criminosos, o criminoso mais procurado da República. Entre as acusações estão agressão, roubo, incêndio criminoso, destruição de propriedades militares, entre outras coisas, e a recompensa por sua captura é enorme. Mas há um problema: ninguém sabe qual a aparência de Day. Só sabem que ele é jovem. Na verdade, oficialmente Day está morto. Até sua própria mãe acha que ele está morto. Depois de fazer a Prova, exame ao qual todos são submetidos aos dez anos de idade, ele fora arrancado de sua família e nunca mais se ouviu falar no garoto que ele era antes de ser Day. A Prova é o que diz o que você vai ser da vida: se você tira mais de 1.450 pontos, você está destinado ao sucesso e fortuna; se consegue entre 1.250 e 1.499, você consegue fazer o ensino médio e faculdade; mas se você marca apenas entre 1.000 e 1.249, você não pode fazer o ensino médio e está fadado à pobreza e uma provável morte prematura em trabalhos degradantes. A pontuação máxima é 1.500, e apenas alguns poucos tiraram essa nota incrível, entre eles nossa outra protagonista, June.
June treina para ser um soldado – ela já se considera um, apesar de todos dizerem que ela ainda é jovem demais para missões. É a menina-prodígio da República. Entrou na melhor universidade do país aos doze anos, e ela ainda pulou o segundo ano de faculdade. Seu irmão, Metias, é um capitão e é toda sua família, já que seus pais morreram em um acidente. Na verdade, ela não tem muitos amigos. Como fazer amizades quando você é uma veterana de quinze anos em um lugar onde os novatos têm dezesseis?
O destino dos dois se cruza quando, depois de assistir sua casa ser marcada, não com um simples X vermelho – o que indicava que alguém da família tinha sido contaminado com a terrível e misteriosa praga que sempre estava surgindo em tantos lugares da República – mas com mais um traço atravessando o X, Day resolve invadir um hospital para roubar remédios, onde quase é pego, e um confronto entre ele e Metias parece terminar em tragédia. Isso faz com que June jure se vingar de Day, e essa ânsia a faz receber da Comandante Jameson a missão de encontrá-lo.
E June o encontra, ah, sim. Mas demora para perceber que o encontrou. Ela passa um bom tempo convivendo com Day e Tess, uma garota que Day salvou e que desde então vive com ele nas ruas. Quando June percebe com quem está lidando, sabe o que deveria fazer. Mas será que realmente é o certo a se fazer? Mesmo quando tudo parece dar errado, ainda há muito por vir. E, além disso, as coisas que tanto Day como a própria June começam a descobrir sobre tudo o que realmente acontece naquele país, sobre verdades a respeito da Colônia, sobre quem realmente é o Primeiro Eleitor, governante da República… torna tudo muito mais complicado e grande do que parecia a princípio. Quem está certo? De qual lado deveriam estar? Pelo que realmente deveriam lutar?
Marie Lu consegue escrever uma obra que não se torna cansativa em nenhum momento. Os livros são escritos revezando os pontos de vista de Day e June, o que deixa a história bem equilibrada. A parte romântica é envolvente mas discreta, não toma mais espaço do que deveria ser, o que garante que o público masculino não vá ficar entediado. A trama é muito bem trabalhada, os acontecimentos vão se encadeando de forma incrível, e tornam a história muito convincente, quase realista. Ah, e sabe aquela “maldição” que parece condenar o segundo livro de trilogias a ser um livro chato, que serve apenas para ligar o começo e o fim da história? Isso não acontece com Prodigy. O segundo livro da trilogia Legend é tão bom quanto os outros dois, e o final dele me deixou tão chocada que eu precisei tirar um tempo para processar aquilo antes de partir para Champion. Champion! Que final estonteante. Quando você acha que a história não tem mais para onde ir, mais coisas acontecem, e você se sente tragado por tudo aquilo de uma fora incontrolável. Aliás, essa trilogia vai quebrar seu coração de uma forma tal que é melhor você ir preparado. Eu estava completamente destroçada ao fim desses livros.
Trilogia Legend
Autora: Marie Lu
Editora: Rocco
Legend – A verdade se tornará a lenda
Páginas: 256
Preço: R$ 29,50
Prodigy – Os opostos perto do caos
Páginas: 304
Preço: R$ 34,50
Champion – Do caos e da lenda surgirá um campeão
Páginas: 304
Preço: R$ 34,50