Tcheco no Castelo do Sarney – Análise do jogo

O que mais vemos no meio indie hoje em dia são jogos que fazem homenagens a títulos antigos. Para não desagradar a geração mais nova, no entanto, a maioria deles tem conceitos de design atualizados, como botões de ação e outras coisas. Esse não é o caso de Tcheco in the castle of Lucio ou “Tcheco no castelo do Sarney”, que vai fazer os jogadores lembrarem as melhores e mais frustrantes características dos jogos do final dos anos 80 e início dos 90.


Apesar de desconhecido, o personagem Tcheco não estreou nesse jogo – sendo visto em diversas animações no youtube e em mais dois jogos – porém suas aparições anteriores no mundo dos games eram limitadas, pois não passavam de modificações de jogos de NES, nunca fazendo jus a maluquice do personagem. Assim que Marcelo Barbosa, o autor do personagem, anunciou que um jogo original do personagem sairia, já fiquei empolgado e, quando realmente saiu, percebi o quão interessantes podem ser os jogos feitos no nosso país pois, apesar de simples, é um jogo que dialoga com a memória dos jogadores brasileiros e a relação deles com os videogames, pois um gringo nunca colocaria Moacyr Alves na tela de abertura do jogo fazendo o papel de vilão, em uma referência a versão brasileira de Wonder Boy, que foi lançada nas terras tupiniquins como “Mônica e o Castelo do Dragão”.

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Em termos de jogabilidade, “Tcheco no Castelo do Sarney” não faz a mínima questão de trazer qualquer novidade, sendo apenas um jogo que o personagem se movimenta lateralmente e pula. O que pode parecer simples e repetitivo, acaba não sendo, pois a cada tela que o personagem atravessa, tudo muda de forma bizarra. Prepare-se para estar em um castelo e assim que atravessar uma tela cair em uma piscina, para logo depois subir em um skate e escapar de raios mortais vindos dos olhos de uma imagem em um quadro.

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Talvez o que possa frustrar os desacostumados é o design totalmente retro do jogo. Se você perde todas as vidas, volta para o começo de tudo, não tendo nenhum modo de salvar o jogo. Ainda bem que as fases foram feitas para serem jogadas diversas vezes, assim como os bons jogos de antigamente sabiam fazer com maestria. Dá vontade de continuar jogando e ficando melhor apenas para ver a próxima bizarrice que vai ser apresentada no jogo.
A versão original desse jogo ainda é de graça e com menos fases, além de uma dificuldade mais elevada. Acredito que seja por esse motivo que o preço está “ABSURDO DE CARO”: 99 centavos… de reais.
Bizarro, engraçado, divertido, e barato, “Tcheco no Castelo do Sarney” é uma grata surpresa e certamente um jogo que vale a pena experimentar.