Gigantomachia, de Kentaro Miura – análise do mangá

Gigantomachia é uma oneshot de Kentaro Miura, conhecido por nada mais, nada menos do que uma das histórias mais sangrentas das quais tenho conhecimento: Berserk.

gigantomachia-capa-e-contracapaPublicado aqui no Brasil em volume único pela Panini, o mangá seguiu o mesmo padrão de qualidade da reedição de Berserk, o que é ótimo para os fãs que estão colecionando o último. Baseada na grande guerra dos gigantes contra os deuses olímpicos, da mitologia grega, a história do mangá envolve os protagonistas Delos, um guerreiro de coração puro, e Prome, uma garotinha que tem alguns poderes sobrenaturais (seria uma deusa? uma louca? uma feiticeira? ok, parei!).

Delos e Prome estão em uma peregrinação por este mundo pós-apocalíptico e desértico. Como uma oneshot, não dá para o leitor saber muito mais sobre eles, a não ser o que é contado nesse corte da aventura. Nesse mundo há uma divisão entre humanos comuns, os “hus”, e os humanos que sofreram um processo de mutação, os “mus”, que ao que tudo indica são o próximo passo da evolução humana ~X-men feelings~.

gigantomachia capaAo que tudo indica, os “mus” estão sendo caçados e exterminados pelos “hus”, que acabam com os primeiros enviando gigantes para matá-los e não deixar quaisquer vestígios. Delos e Prome estão em meio a essa caminhada, aparentemente sem rumo, quando encontram um grupo de “mus” que está prestes a receber uma visitinha de um gigante.

A premissa tem tudo para ser um épico, mas o enredo, ao contrário de Berserk, é bem mais suave e tem uns toques de humor – alguns bem desnecessários, diga-se de passagem. No geral tudo se desenrola em torno da luta de Delos contra o gigante, suas motivações são questionadas, afinal “hus” e “mus” tornaram-se inimigos ~naturais~, e suas qualidades são ressaltadas. Um misto de bárbaro com paladino, talvez?

Como os fãs de Kentaro Miura devem saber de sua queda por lolicons, Prome é bem loli e nota-se um fanservice dispensável, apelativo e que não me conquistou. A história, no final das contas, deixa muitas pontas soltas: como surgiram os primeiros “mus”?; como surgiram esses gigantes?; quem é Prome (uma referência a Prometeus, quem sabe?!)?; quanto tempo no futuro se passa tudo isso?

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Mesmo assim foi uma leitura rápida, um bom entretenimento e vale a pena principalmente pelo traço, que achei bem mais agradável do que em Berserk.