Eu vejo que muita gente está interessada em saber o que Doctor Who tem de especial para ser a ficção cientifica mais pop do momento, principalmente porque se trata de uma série britânica, sendo que raramente um seriado que não seja feito nos Estados Unidos, consegue esse sucesso mundial. Pois bem, se você quer ser convencido a assistir ou simplesmente quer saber o que é Doctor Who, esse texto foi feito para você.
Do que se trata essa série?
O ultimo ser da raça “Senhores do Tempo”, tem uma máquina do tempo chamada Tardis, que o faz viajar por todo tempo e espaço. Ele tem aparência humana, apesar de ter o interior diferente, já que ele tem dois corações e pode viver muito mais do que um humano. A premissa é um pouco simples e o importante mesmo é como ela é explorada. Alguns pensam que todos os episódios da série serão baseados em viagens no tempo, mas esse artificio é utilizado mais para que o doutor possa explorar várias eras e planetas diferentes, tendo um escopo bem livre e se apoiando em bons roteiros.
Bons roteiristas escreveram para a série?
Neil Gaiman (Sandman e Deuses Americanos) e Douglas Adams (O guia do mochileiro das galaxias) estão entre os escritores que já escreveram roteiros para a série.
Quantas temporadas Doctor Who tem até agora?
Ela foi exibida pela primeira vez em 1963, mas calma, você não precisa assistir tudo, pois em 1989, ela foi cancelada. O motivo é que apesar dos roteiros interessantes, os produtores não acreditavam que ela conseguiria competir com séries americanas que estavam surgindo, por causa de seus efeitos especiais precários. Em 2005, Doctor Who volta com uma roupagem mais atual, com efeitos especiais ainda precários, entretanto os roteiros eram tão geniais, que os efeitos deixaram de importar. Se você quer assistir a série, pode começar por 2005.
Tá, mas por que eu devo dar uma atenção a essa série? O que ela tem de diferente de outras?
A premissa de Doctor Who me lembra um pouco StarGate, aquela série que os personagens entram em um portal, visitando mundos diferentes em todos episódios, entretanto tem algumas coisas que me fazem gostar mais de Doctor Who. Vou citar aqui alguns motivos de eu apreciar tanto dessa série:
– Os atores não conseguem detonar a série – É muito chato assistir uma seriado, gostando tanto de um personagem e o ator que faz ele resolve sair para ir para o cinema e assim obriga os produtores a fazerem um monte de remendos, sendo que o enredo geralmente decai bastante. Foi assim com quase toda série popular que durou várias temporadas, desde ficções cientificas como Arquivo X e StarGate, até comédias como Friends e Two And a Half Man(essa ultima foi uma briga entre produtores e ator). Em Doctor Who, eles inventaram saídas muito inteligentes para a renovação de atores, como o fato do Doutor ter uma habilidade de se regenerar quando está ferido mortalmente, fazendo com que a aparência dele mude e sua personalidade também, então a série vai continuar até as pessoas que estão assistindo quererem que ela continue e não porque um ator resolveu ganhar mais dinheiro.
– Doctor Who se renova constantemente – Com um novo doutor, a personalidade do protagonista vai ser diferente, embora seus ideais sejam os mesmos, então mesmo depois de anos, sempre veremos novos personagens principais na trama. Isso pode parecer um problema, pois pode ser que apareça um personagem impopular, mas se as pessoas não gostarem, logo ele morre e a série se renova novamente.
– A história do mundo – Nem todos os roteiros de Doctor Who se passam em outros planetas ou no futuro, alguns se passam no passado, sendo que o Doutor já encontrou personalidade histórias como Van Gogh e Agatha Christie.
– Criticas sociais – Acho que a maioria das ficções cientificas fazem criticas a sociedade e Doctor Who costuma fazê-la em cada episódio, sendo que vários inimigos do Doutor são criticas descaradas, como os Darleks, raça que tem como o único objetivo destruir todas as outras porque eles se acham os perfeitos (assim como os nazistas) e os Cybermen criaturas cibernéticas, que querem que todos sejam como eles, obrigando humanos passarem por uma “atualização”, que fazem eles virarem cybermen (acho que todos nós temos um cyberman dentro de nós, querendo que todos sejam como nós, mesmo que estejamos errados).
– Bons roteiros – Até escritores que não são conhecidos mundialmente, como os citados anteriormente, conseguem fazer roteiros excelentes, usando o universo da série ou não. Um destaque para o episódio chamado “Don’t Blink”, no qual o Doutor mal aparece e uma pessoa desconhecida assume o papel principal do episódio, que é uma mulher foge de estatuas que se mexem quando ninguém as observa, tendo que decifrar imagens enviadas do passado pelo Doutor e descobrir o que está acontecendo.
– O próprio Doutor – Talvez um dos personagens mais complexos e interessantes que já vi. Apesar de sua personalidade mudar quando ele se regenera, algumas coisas não mudam, como a culpa que ele sente por ter exterminado toda a raça de “Senhores do tempo”, pois eles queriam quase que destruir tudo que existe pela chance de não deixarem de existir, já que a extinção deles era algo fixo na linha temporal. Mesmo assim, o Doutor é um traumatizado e ele sempre carrega consigo companheiras humanas para que ele não se sinta tão sozinho no universo. É um ser extremamente poderoso que faz tudo para que a força não seja necessária, tanto que ele não carrega armas e se defende dos inimigos usando uma chave de fenda sônica, mas quando ele fica furioso, até seus inimigos mais fortes tremem de medo.
– Não deixa de ser bem humorado e divertido – Nem toda série do gênero precisa ser engraçada, mas ela consegue ter toda essa profundidade, ser divertida de assistir, não nos fazendo dormir no sofá com discursos chatos, ainda com personagens que nos importamos e um humor tipicamente britânico de fundo.
Fiz o máximo possível para tentar convencê-los e minha mensagem final é que vocês vejam a série pelo menos até o terceiro capitulo, pois os dois primeiros não são muito bons.