O Festival da Lua, que também é conhecido como Festival do Meio Outono, entre outros nomes, é um feriado que acontece em todo leste asiático no 15º dia do 8º mês do calendário lunar (calendário chinês). O nome do evento em alguns idiomas de regiões da Ásia: chinês tradicional: 中秋節; chinês simples: 中秋节; pinyin: Zhōngqiūjié; taiwanês: Tiong Chhiu; cantonês: dzong1 tsau1; coreano: Ch’usǒk ou Chuseok, 추석/秋夕; japonês: Tsukimi, 月見/つきみ; vietnamita: Tết Trung Thu.
Neste ano a data do feriado cai exatamente hoje, 27 de setembro 2015 no calendário gregoriano, e as pessoas geralmente se reúnem com suas famílias para apreciar a Lua, comer iguarias comuns desta data, soltar fogos e realizar oferendas. Também é nesta data que a cidades se enfeitam com lanternas.
Origem
Os primeiros relatos do evento estão nos “Ritos de Zhou”, a coleção de rituais da Dinastia Zhou do Leste, que data de 3.000 anos atrás. Eles descreviam o oitavo mês lunar, o segundo mês do outono, como “meio do outono”. Os chineses começaram a celebrar o Festival do Meio do Outono no início da Dinastia Tang (618-907).
O Festival da Lua teve origem em um conto que, assim como as lendas que eu exploro na série “Lendas do Oriente”, tem suas variantes, além de existir e possuir diversas versões para as mesmas, por este motivo vou postar aqui a mais tradicional na China.
A história de Chang’E
A história é de como Chang’E voou até a Lua. Ela era a mulher de um herói chamado Hou Yi, que foi o responsável por salvar a humanidade da ruína, pois Hou Yi destruiu 9 de 10 sóis. Os deuses premiaram Hou Yi com um elixir, e quem o bebesse seria imortal e viveria nos céus.
Hou Yi deixou o elixir sob os cuidados de Chang’E. Em um dia que Hou Yi havia saído, um dos seus vizinhos, que sabia sobre o elixir, tentou roubá-lo à força de Chang’E. Ela, para evitar que o seu vizinho ficasse com o elixir, o bebeu antes. Como ela havia bebido o elixir, não poderia ficar na Terra e começou voar mas, para ainda poder ficar perto de seu amado, ela pousou na Lua.
Quando Hou Yi voltou e descobriu que sua esposa tinha desaparecido, ele ficou arrasado. Quando ele olhou para o céu para chamar o nome dela, ele viu que a Lua, naquela noite estava especialmente brilhante e cheia, e teve um vislumbre de Chang’E.
Ele imediatamente trouxe os bolos favoritos de Chang’E para orar pelas bênçãos do céu. Desde então, tornou-se uma tradição para as pessoas adorarem o céu e comemorarem com bolos da Lua aquele dia.
O Coelho da Lua
Outro ponto em comum entre os povos que celebram o Festival da Lua é acreditar que exista um coelho na Lua, por esse motivo é possível muitos coelhos decorando desde comidas até os ambientes nesta data. A origem deste coelho também varia, assim como boa partes dos contos.
O motivo de existirem contos sobre um coelho é que estes povos acreditavam que podiam ver uma sombra na Lua que parecia um coelho socando um pilão, como vocês podem ver abaixo.Na China, acredita-se que um coelho faz companhia a Chang’E na Lua e que sua função é socar um pilão de ervas. No Japão, acredita-se que existe um coelho socando um pilão com “mochi”, na Coreia também se acredita em um coelho socando “mochi” e ele é conhecido como “daltokki”. Outra versão para o coelho na Lua é a lenda budista do “coelho de jade”, que conta a história de um velho que havia pedido alimentos para um macaco, uma lontra, um chacal e um coelho. O macaco trouxe ao velho frutas, a lontra trouxe peixes e o chacal um lagarto. O coelho havia trazido nada para o velho, pois ele pensava que as ervas que consumiam não seriam boas para os humanos, então ele pulou na fogueira dando seu corpo como sacrifício. Porém o coelho continuou vivo, pois o velho era um Sakra, uma divindade budista, e para lembrar sempre do sacrifício do coelho, ele o desenhou na Lua.
Comidas tradicionais
Nesta data é comum se comer o que na China é chamado de bolinho da lua, que possui o significado de união da família. Estes bolinhos normalmente são redondos e feitos de gergelim, açúcar e outras especiarias. Abaixo são fotos deste bolinho que comprei este ano. No Japão, os alimentos mais tradicionais são o Kabocha (abóbora japonesa), castanhas, satoimo (batata inhame), taro, edamame, tsukimi dango (pequenos bolinhos de arroz branco, empilhados em um bandeja).E isso foi um pouco sobre uma data muito importante na Ásia. Gostaria desejar a você leitor um feliz festival lunar em nome da equipe Putzilla. Abaixo um vídeo que é um anúncio deste ano do canal TVB desejando um feliz festival lunar.