É o ano de 2046. A tecnologia desenvolveu um sistema que permite aos humanos manipular os seus cinco sentidos, extremamente difundido entre pessoas e essas, tendo acesso livre a internet, entram em mundos virtuais. O nome dessa tecnologia é Neuro-Sincronização.
Vejam bem, não é uma realidade longe da nossa. Um número considerável de pessoas hoje passa boa parte do tempo online, seja por lazer ou a trabalho. Muitos jogos nos “transportam” para um outro mundo, e cada jogo lançado tenta aumentar ao máximo a interação do jogador, fazendo-o focar nele. Não é difícil imaginar que daqui a alguns anos estaremos próximos dessa realidade proposta por Accel World, afinal, a Google já fez sua primeira versão de óculos de realidade aumentada.
A ideia base de Accel World é praticamente a mesma. Digo praticamente porque há diferenças. Vamos a elas?!
Em vez de um óculos, os usuários tem a sua disposição uma espécie de coleira, com a qual pode se conectar em qualquer rede. As escolas – sim, este é um anime escolar, apesar de tudo – tem sua rede, e a aula acontece por via dessa realidade aumentada (fica a dica para a rede de ensino – risos), os hospitais também possuem sua própria rede, os cafés as suas, e por ai vai. Os computadores como conhecemos atualmente estarão ultrapassados.
Mas não é só isso, o anime não teria a mesma graça se apenas se reduzisse ao cotidiano escolar e o uso dessa tecnologia para atividades corriqueiras. Nosso protagonista, Haruyuki Arita, é um menino que está abaixo da sua altura ideal, e bem acima do seu peso. Ele é bem introspectivo, tem apenas dois amigos, Chiyuri Kurashima e Takumu Mayuzumi, os quais conhece desde a infância. Devido às suas características, Arita sofre bullying. Porém, há males que vem para o bem. É num dos momentos em que Arita está acuado pelos meninos que roubam seu lanche e dinheiro que ele chama atenção da Vice Presidente do Conselho Estudantil, Kuroyukihime.
Não se preocupem, aqui não terá spoilers, tudo que vou dizer acontece no primeiro episódio e o que vai acontecer depois vocês só vão saber assistindo.
Quando vê que Arita sofre nas mãos dos seus colegas, Kuroyukihime oferece à ele uma oportunidade única: o programa Brain Burst. Mas antes de explicar do que se trata, vamos voltar um pouco.
Arita é um excelente jogador de squash, um jogo que não é muito popular, mas que, mesmo jogando sozinho, ele consegue manter uma pontuação absurdamente alta. Essa pontuação é que realmente desperta o interesse de Kuroyukihime, que ultrapassa o seu recorde para chamar sua atenção, e é bem sucedida nisso. Por estar atenta ao que acontece a Arita que ela descobre que ele vem sofrendo bullying, e ao oferecer o Brain Burst a ele, oferece também uma chance de enfrentar seus agressores.
O Brain Burst é um programa secreto de aceleração cerebral. Uma vez ativado, o usuário é levado a um outro nível de realidade aumentada, um nível 3D, podendo se “desprender” do corpo e ver toda a situação de fora. O problema é que por ser um programa para aceleração cerebral, ele pode falhar – nem quero imaginar o que aconteceria se falhasse no meio do processo! Caso contrário, o usuário vira um acelerador.
Como é um programa, para continuar usando esse aceleramento, o usuário gasta alguns pontos, que podem ser adquiridos através de um duelo entre aceleradores. Se chegarem a zero pontos, eles “morrem” e não podem usar o Brain Burst nunca mais (o programa é desinstalado e não pode ser instalado novamente). É nesse novo mundo que Arita vai aprender a usar suas potencialidades enquanto jogador. Seu avatar, Silver Crow, passa a ser instruído pelo avatar de sua mentora, Kuroyukihime, a Black Lotus.
Muitos mistérios envolvem o programa Brain Burst e seus usuários. Nem todos os personagens aparentam quem realmente são. Esse é, com certeza, um dos melhores animes dessa temporada. Foi baseado na light novel e no mangá, ambos publicados pela ASCII Media Works, escrito por Reki Kawahara e ilustrado por Hiroyuki Aigamo. Ao todo a série tem 24 episódios, todos já lançados.