Lançada no mês passado (17 de fevereiro), essa web comic tem chamado atenção pela protagonista.
A cidade de Glória é protegida por uma heroína, que diferentemente das gostosonas de super poderes, é uma estudante de PHD aparentemente comum.
Catherine Abigail Daniels, ou Cat, como prefere ser chamada, destaca-se pela sua inteligência. É uma garota bonita, filha de um policial e durante a infância tinha como passa tempo percorrer a cidade e conhecer ela profundamente.
I know her better than I know myself.
(Eu a conheço melhor do que a mim mesma.)
Não se deixe levar por essa capa feia, o traço desse quadrinho é muito bonito. Cat sempre foi muito inteligente, segundo a mesma, seu super poder é ser esperta, conseguir lembrar de tudo que estudou e fazer conexões. É assim que ela vai resolver os mistérios e crimes de Gloria City.
Como é de se esperar do primeiro volume, somos apresentados à protagonista e ao seu cenário. Sabemos muito pouco ainda sobre seu passado, ao que tudo indica, seu pai morreu em serviço e muito pouco é falado da mãe. Ela está de mudança para uma casa nova, que vai dividir com mais algumas pessoas, quando ocorre um acidente terrível no metrô. Acontece que ela viu algo diferente na estação e tudo indica que isso é a chave para solucionar os ataques que vem acontecendo na cidade.
Bonita, inteligente e atraente, não pelo silicone, corpo sarado ou pela roupa de borracha vestida à vácuo, Cat é fruto da criação de Will Brooker, um estudioso de Batman e da cultura pop em geral, que se cansou de criticar o modo como a mulher era mostrada nos quadrinhos mainstream e resolveu mostrar como se faz.
Brooker, ou Dr. Batman como é conhecido, é autor/ editor de nove livros, incluindo Batman Unmasked (2000) e Hunting the Dark Knight (2012). Além de ser um especialista acadêmico, ele também é palestrante e consultor de mídias narrativas e em 2013 foi nomeado como o primeiro editor britânico do Cinema Journal.
Junto do Dr. Batman estão as artistas Suze Shore e Sarah Zaidan. Shore é ilustradora freelancer e começou a trabalhar com Brooker quando postou um fanart da Batgirl em um fórum online, que lhe rendeu muitas oportunidades. Já Zaidan teve contato com ele quando este supervisionava periodicamente sua tese de doutorado sobre a masculinidade dos super heróis no ocidente moderno. Em 2012, o ajudou a fazer caixas de memorias interativas para o Anniversaries of Alice e entrou para o projeto de My so-called secret identity para recriar as mídias tradicionais nas plataformas digitais.
Para Cat, a cidade de Glória é muito especial: as pequenas comunidades vibrantes, as luzes, a arquitetura grandiosa e os shows da Broadway. Tão grande quanto as personalidades que nela vivem, como os super herois célebres… Na verdade, para Cat, Glória é um grande teatro onde as grandes figuras lutam, posam e se auto promovem.
I’m not a performer. I’m not a costumed celebrity. I’m not a hero or a vilain.
And in Gloria City, if you’re not one of them… you’re a little people.(Eu não sou uma artista. Eu não sou uma celebridade fantasiada. Eu não sou uma heroína ou uma vilã.
E na cidade de Glória, se você não é nenhum deles… você é uma gentinha.)
O primeiro volume de My so-called secret identity está disponível para ser lido aqui gratuitamente. O conteúdo está exclusivamente em inglês, mas o vocabulário não é muito complicado e dá para ler com ajuda de um dicionário para tirar dúvidas. Recomendo demais a leitura, fazia tempo que não encontrava uma protagonista em quadrinhos ocidentais que fosse fora do padrão e absolutamente fascinante.
Ainda quero ver ela resolvendo crimes. Será que ela vai para as cenas do crime? Será que vai agir como o Batman, junto da polícia? Só saberemos nos próximos volumes.
Vi a primeira resenha da série aqui.